Portal de Congresos de la UNLP, VII Encuentro del CERPI y en la V Jornada del CENSUD “Argentina y América Latina, un mundo en transformación”

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As percepções argentinas em relação à política exterior do Brasil: Da década de 1980 a 2010
Rodrigo de Jesus Santos, Giorgio Romano Schutte

Última modificación: 2015-09-04

Resumen


O cenário internacional tem se deparado atualmente commudanças significativas que atribuem a alguns países um novo papel a desempenhar. Essas mudanças decorrem de uma nova configuração mundial que vem se desenhando desde as últimas décadas do século XX e perdurando nas décadas iniciais do século XXI com força. Essas transformações contribuíram para a necessidade de visualizar oportunidades a outros países. Nessa perspectiva, o Brasil passou a ocupar um espaço cada vez maior nesse cenário.

Esse novo papel desempenhado pelo Brasil tem sido objeto de muitos estudos. No entanto, pouca atenção tem sido dada à percepção dos nossos vizinhos em relação a essa ascensão do país. A política externa brasileira (PEB) atribui aos países vizinhos uma importância fundamental e um dos pilares de sustentação para sua inserção internacional. A Argentina ocupa um lugar central na PEB, o inverso também é verdade. No entanto, persiste no Brasil (em maior ou menor grau) uma vaga dimensão da importância que adquire essas relações, daí a necessidade de analisar a percepção argentina em relação à política externa do Brasil.

As relações entre ambos os países são marcadas por fases de aproximações e recuos, que dependeram de dificuldades específicas da sub-região e de fatores conjunturais tanto hemisféricos quanto mundiais. Após períodos de fortes divergências em que prevaleceu a busca por preponderância na região, esse processo tem sido revertido nos últimos anos, mediante uma reaproximação constante entre esses países. O retorno à democracia contribuiu para que a dinâmica da cooperação-integração subordinasse a lógica da rivalidade-competição, que havia predominado nas relações brasileiro-argentinas até o fim da década de 70.

 

O alcance de um protagonismo maior desses países não só no âmbito regional, mas também global, só será possível na medida em que ambos superem a barreira do desconhecimento mútuo que os envolve. Nesse sentido, torna-se relevante buscar compreender de que forma nossas ações refletem fora de nossas fronteiras. A partir da análise do comportamento argentino em relação à política externa brasileira no período citado, é possível identificar tendências positivas no país vizinho quanto à construção de uma aliança estratégica regional com o Brasil. Ainda que existam divergências em questões como a pretensão brasileira de fazer parte do Conselho de Segurança da ONU, por exemplo, é pouco discutida no Brasil, a posição argentina em relação a isso bem como sua visão sobre essa pretensão brasileira, o que leva a criar uma visão equivocada de que nosso vizinho busca frear esse objetivo brasileiro.

Espera-se ao fim da pesquisa em curso, identificar que a visão argentina em relação à política externa brasileira não tem sido de confrontação ou contestação. A Argentina reconhece o papel que o Brasil tem a desempenhar e vê nessa relação estratégica uma oportunidade de do aumento de sua presença no mundo. Buscar analisar e compreender a percepção argentina sobre o comportamento da política externa brasileira torna-se o principal objetivo desta pesquisa.