Última modificación: 2012-05-16
Resumen
O objetivo deste artigo é discutir a importância da carta de energia do relevo no contexto do planejamento ambiental. Por ocupar área de transição entre três compartimentos distintos do relevo (Planalto Atlântico, Serra do Mar e Planície Costeira) e encontrar-se geograficamente influenciada pela complexa relação entre Oceano e Continente (litoral paulista), a alta bacia do Rio Itanhaém agrega uma complexidade que, do ponto de vista geomorfológico, demanda estudos científicos. Neste viés, a carta de energia do relevo, elaborada segundo a proposta de Mendes (1993), tem o objetivo de quantificar o potencial que o relevo possui para o desencadeamento de processos morfogenéticos, ou seja, o potencial de acúmulo de energia. A carta geomorfológica, elaborada seguindo a proposta de Tricart (1965) e Verstappen e Zuidam (1975) propiciou a espacialização de feições denudacionais localizadas que, posteriormente, foram sobrepostas à carta de energia do relevo. Como resultado, observou-se a correlação espacial entre as feições denudacionais e as classes mais altas de energia do relevo. Os parâmetros morfométricos utilizados para a elaboração da carta de energia do relevo que identificaram setores potencialmente suscetíveis à ação dos processos morfogenéticos (a partir da ação das águas correntes e de ação gravitacional) são justificados pelas feições denudacionais espacializadas. Assim, os setores onde foram localizados sulcos erosivos, voçorocas, ravinas e cicatrizes de escorregamento vinculam-se a áreas que apresentam alto potencial morfogenético de energia do relevo.
Palavras-chave: Itanhaém, Carta de energia do relevo, Geomorfologia.